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Helton de Santana

quando o comum pareceu insuportável

Atualizado: 19 de fev. de 2020


Eu me lembro quando a vontade de mudar o estilo de vida foi mais forte que as dúvidas.

Eu morava em Joinville, me formei em administração de empresas em 1998 e antes mesmo de receber o canudo estava iniciando uma carreira na área comercial de uma empresa de tubos e conexões de pvc, uma empresa em ascensão que logo foi incorporada por uma multinacional.

Eu tinha a inquietação que muitos jovens de 20 e poucos anos têm, muitas dúvidas sobre a carreira e estilo de vida, vontade de dar certo, mesmo sem saber o que isso significava.

Meus cabelos desalinhados e a pele bronzeada já sinalizava que o meu habitat não era bem aquele, entre executivos e candidatos a cargos mais altos na empresa, mas existia uma imensa vontade de ter sucesso e isso me fazia prestar atenção em toda e qualquer oportunidade. Típico de quem não se conhece tão bem assim, mas tem muita energia.

Lembro que após um ano de empresa peguei férias e vivi um mês muito conectado com amigos e aventuras, assim que voltei de férias me percebi completamente paralisado para a rotina profissional. No primeiro dia pós-férias me senti preso, no lugar errado, um peixe fora d'água. Isso já aconteceu com você?

Sem uma decisão, apegado ao que tinha, logo as oportunidades na empresa começaram a aparecer. A que me fisgou foi a proposta de abrir minha própria empresa e representar a marca no interior de Santa Catarina e Paraná.

Entendia, erroneamente, como um convite para o novo, um desafio. Confesso que realmente foi uma boa experiência e que aprendi muitas coisas que hoje me são úteis. Mas lá no interior, os meus cabelos desalinhados e a pele bronzeada pelo sol me faziam ainda mais diferente. Percebi, a partir da escolha da mudança, o que realmente não queria e senti crescer uma imensa necessidade de descobrir.

Recordo de uma segunda-feira em que dirigia meu carro rodeado de soja por todos os lados (quem viajou pelo interior do Brasil sabe do que estou falando), que aos subir uma ladeira da rodovia veio a sensação de que viria o mar, mas tudo o que vi foi plantação de soja, soja e soja. Parei o carro no acostamento, mesmo com uma agenda de atendimentos, dei meia volta, dirigi uns 500 km, em direção a cidade que morava, decidido que essa não era a vida que eu iria construir. Sentia que era um estilo de vida que me distanciava de muitas coisas e pessoas que eu amava. Não ia rolar.

Na época, praticava uma atividade com a intenção de dar uma alongadinha para o surf, esporte que amo e pratico até hoje e, no auge da minha ignorância sobre o método que sub-praticava veio o convite para eu participar de um tal DeRose Festival Florianópolis, um evento que reunia uma moçada bonita, em torno de 700 pessoas, no antigo Hotel Praiatur, na charmosa praia dos Ingleses. Fiz minha inscrição, fui e fiquei impactado! Aquela experiência foi realmente importante para mim: lá as pessoas riam mais que o normal, eram muito queridas umas com as outras, os professores ministraram práticas fortes que mexeram comigo e transmitiram conhecimentos que me trouxeram muita lucidez, o suficiente para saber que, mesmo sem clareza dos motivos, eu queria aquilo para a minha vida. Desejava que a minha profissão também fosse algo muito especial para os outros e muito divertida para mim ao mesmo tempo.

Antes tarde do que mais tarde! Aos 30 anos eu fechava a minha promissora empresa de representação comercial para iniciar uma carreira nova, cheia de desafios, com muitas incertezas, mas que certamente foi uma das decisões mais corajosas que tomei na vida.

O medo do que se pode perder faz muitas pessoas manterem carreiras sem significado, enquanto a coragem de ir atrás do que se pode ganhar faz muitos profissionais mudarem de carreira. Tudo é muito pessoal, cada história é uma história, mas posso afirmar que foi a melhor decisão da minha vida e que por isso, atualmente, o que me move é inspirar pessoas para tomarem decisões verdadeiras, daquelas que trazem felicidade, saúde e muito mais do que os que se acovardam sequer conseguem imaginar.

Hoje eu sei o que é sucesso: é fazer o que dá prazer com alegria e satisfação. Se der dinheiro, melhor, mas o foco é fazer o que dá prazer, com alegria e satisfação. Hoje o que me move é desenvolver pessoas para que sejam mais lúcidas, saudáveis e felizes.

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